Além de escrever sobre minhas observações e reflexões quanto ao momento desafiador (e, ao mesmo tempo, oportuno) que vivemos na Terra, pensei em outra forma de contribuir para trazer resiliência, serenidade e até mesmo bem-estar a esta fase de nossas vidas.
Então, desde o início do isolamento social, passei a compartilhar — em grupos e redes sociais — atitudes e hábitos simples, mas super eficazes, que eu pratico no meu dia a dia e que me ajudam muito a manter a mente, o corpo e o coração mais tranquilos, independentemente dos desafios que surjam...
São práticas que aprendi com meditação, thetahealing, técnicas de respiração e gerenciamento do estresse, aromaterapia, reiki e yoga como estilo de vida (também conhecida como Bhakti Yoga).
As ideias que eu compartilho esta semana estão alinhadas ao texto que recebi da minha professora de Aromatologia e é atribuído à inspiradora Ligia Moreiras Sena.
Identifiquei-me muito com as análises desta admirável mãe-cientista, como Ligia se define. Mestre e doutora em psicobiologia, comportamento humano em situações adversas, papel do estresse agudo e crônico sobre o comportamento, resiliência física e mental, transtornos de ansiedade e psicobiologia do comportamento aversivo, entre outros, Ligia Moreiras explica os sentimentos que estamos experienciando nesta fase da quarentena.
Ela nos lembra que “não tem nada de ‘doente’ ou ‘incapaz’ ou ‘fraco’ ou ‘despreparado’ quem não está se sentindo bem neste momento. É normal. É esperado. Logo mais vamos reagir de outra maneira”.
Ligia também observa que “o isolamento social também tem fases. Essa é bastante densa”. E recomenda: “Segurem-se no que vocês têm de mais valioso em suas vidas” :
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"A fase atual da quarentena, abrindo o terceiro mês, é marcada por:
Cansaço;
Desânimo intenso;
Necessidade absoluta de reformulação (de trabalho, de coisas decididas inclusive no início da quarentena, de práticas, de pensamentos, de rotina inicialmente adotada no isolamento, de tudo);
Corpo com sinais de pouco uso, pouco alongamento, pouco movimento, mesmo que você esteja se movimentando, porque sua rotina foi alterada e o corpo está se adaptando ao novo;
Pensamento negativista;
Descrédito generalizado em informações;
Nostalgia;
Pensamentos vagos;
Dificuldade de continuar tarefas por não ver sentido nelas (confiem, elas têm sentido sim, é só a sua percepção);
Apetite alterado;
Déficit de atenção e de manutenção de foco;
Anedonia (incapacidade de sentir prazer com coisas que antes nos eram prazerosas); entre outros.
Isso não é só fruto da minha observação, mas também dos estudos que já fiz e que continuo fazendo sobre efeitos do confinamento, do isolamento social, do estresse imprevisível.
Curiosamente, esses são temas dos domínios da minha primeira área de formação — psicobiologia, comportamento humano em situações adversas, papel do estresse agudo e crônico sobre o comportamento, resiliência física e mental, transtornos de ansiedade (ansiedade generalizada e pânico), psicobiologia do comportamento aversivo etc... — sobre os quais fiz mestrado e meu primeiro doutorado. E sim, quando não temos como prever os eventos estressantes e traumáticos, nos comportamentos dessa maneira aí.
Por que estou apontando isso? Para que todo mundo que está se sentindo assim saiba que muita gente está assim.
Não é um problema seu, uma inabilidade sua, uma incapacidade. É assim mesmo que a gente se comporta.
Então, minha gente querida: SEGURA FIRME NESSA BAGAÇA AÍ E NÃO DEIXA A COISA DEGRINGOLAR.
Lembrem-se sempre: Nosso corpo e nossa mente reagem a despeito da forma como gostaríamos que reagissem.
Tem muita gente em sofrimento, sim. E isso não diz nada a respeito da sua capacidade de enfrentamento, não diz que você é fraco ou desorganizado ou nada disso. Diz apenas que você é um ser humano passando pela situação mais adversa dos tempos atuais.
Respira — o vírus nos lembra disso todos os dias.
Respira fundo.
Não vamos nos comportar dessa maneira até o fim. O comportamento muda, nossa resposta é adaptativa, significa que ela vai se adaptando.
Não tem nada de "doente" ou "incapaz" ou "fraco" ou "despreparado" quem não está se sentindo bem neste momento. É normal. É esperado. Logo mais vamos reagir de outra maneira.
Tá tudo bem não estar bem agora.
Tá tudo bem em se sentir bem em um dia e péssimo no outro.
Tá tudo bem sentir medo. Tá tudo bem sentir felicidade com pequenas coisas. Tá tudo bem ter crise emocional. Tá tudo bem ter oscilação de humor.
Só não tá tudo bem descontar tudo isso nos outros, aí não tá tudo bem, porque o outro também tá sofrendo.
O isolamento social também tem fases. Essa é bastante densa. Segurem-se no que vocês têm de mais valioso em suas vidas. E espero que nutram valores gentis e amorosos, isso vai fazer muita diferença agora.
Força, gente!" (Ligia Moreiras Sena — A Cientista Que Virou Mãe)